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Saudações da Jovem Guarda dos Bolchevique-Leninistas da ex-União Soviética ao evento da JEIIS no Brasil

Estamos publicando a saudação enviada pela Jovem Guarda dos Bolchevique-Leninistas da ex-União Soviética ao evento “A guerra na Ucrânia e como detê-la”, realizado em 20 de março pela Juventude e Estudantes Internacionais pela Igualdade Social (JEIIS), na Universidade de São Paulo (USP). Em breve, publicaremos uma reportagem sobre o evento.

Cartaz do evento realizado na USP em 20 de março de 2023

A Jovem Guarda dos Bolchevique-Leninistas saúda o evento antiguerra de nossos camaradas brasileiros do Grupo Socialista pela Igualdade.

Apoiamos sua realização como um evento de grande importância para a construção de um movimento antiguerra de massas que defende o internacionalismo socialista.

A relevância do evento é indiscutível. O mundo está à beira da Terceira Guerra Mundial por causa das políticas imperialistas dos países da OTAN, especialmente dos Estados Unidos.

Essa política já levou à guerra na Ucrânia, que tirou centenas de milhares de vidas de russos, ucranianos e outras nacionalidades afetadas por esta guerra. E estas são apenas as vítimas imediatas do conflito.

O regime de Putin, sonhando com relações de igualdade com seus “parceiros ocidentais”, decidiu brincar de roleta russa em 24 de fevereiro de 2022, o que só acelerou a ofensiva imperialista da OTAN.

Após o colapso da União Soviética e a restauração do capitalismo em suas antigas repúblicas, as oligarquias russa e ucraniana, cada uma à sua maneira, esperavam integrar-se ao sistema capitalista mundial.

A oligarquia ucraniana escolheu o “caminho europeu”, culminando com o golpe de Estado apoiado pelo Ocidente em 2014. A oligarquia russa, por outro lado, sempre procurou ter uma relação benevolente com o imperialismo, sem renunciar a sua própria posição em termos de poder explorar a classe trabalhadora russa e os recursos naturais do país.

Em última análise, tanto o governo Putin quanto o governo Zelensky estão baseados na manutenção de um sistema capitalista cuja essência é a exploração dos trabalhadores russos e ucranianos.

A retórica de ambos os lados é acompanhada pelo desejo declarado de “assegurar os interesses nacionais”, mas o que realmente está em jogo para esses regimes são os interesses oligárquicos das classes dominantes de ambos os países.

Não há saída para a classe trabalhadora se ela basear sua posição no nacionalismo burguês. Somente a perspectiva de unificação da classe trabalhadora internacional na luta contra a guerra, o imperialismo e o sistema capitalista como um todo pode proporcionar uma saída.

A contribuição da classe trabalhadora brasileira para o desenvolvimento do Brasil e do mundo (toda a riqueza do Brasil e de toda a humanidade é produto do trabalho dos trabalhadores)

A classe trabalhadora brasileira dá uma grande contribuição para o desenvolvimento das forças produtivas de toda a humanidade. Ela deve perceber que o principal obstáculo ao desenvolvimento do mundo inteiro, e do Brasil em particular, é o atual sistema de produção capitalista.

A guerra na Ucrânia trouxe danos não apenas aos participantes imediatos deste conflito, mas também ao mundo inteiro. Os países capitalistas, no contexto das crescentes tensões internacionais, escolheram o caminho da militarização para estarem prontos para uma nova redivisão do mundo.

Mas eles optaram por extrair os meios para esta militarização dos produtos da mão-de-obra da classe trabalhadora internacional. E a classe trabalhadora brasileira não é exceção neste caso. Ela enfrenta os mesmos problemas que os trabalhadores do mundo inteiro: agravamento das condições de trabalho, queda dos salários reais, cortes nos gastos sociais, a ameaça à vida e à saúde por causa da COVID-19 e outras doenças.

E agora se coloca o perigo de que o mundo inteiro possa ser engolido pelas chamas de uma nova guerra mundial, diferente de tudo o que já vimos antes. Esta guerra pode muito bem se tornar nuclear, o que representaria uma ameaça não só para todas as conquistas da sociedade humana, mas também ameaçaria sua própria existência.

Os trabalhadores e a juventude do Brasil devem de uma vez por todas pôr fim às ilusões do atual governo Lula, que se baseia na supressão das lutas da classe trabalhadora e na busca dos interesses da oligarquia brasileira.

O governo Lula é um governo burguês que defende os interesses burgueses e os representa na cena internacional.

Ele já busca de todas as maneiras limitar o movimento grevista no Brasil, acabar com o monitoramento da COVID-19, e preparar o país com novas leis para satisfazer os “interesses das empresas brasileiras”.

A ameaça de um golpe fascista de Bolsonaro tem sido ignorada. Lula prefere dar cobertura à extrema-direita do que ser um defensor legítimo dos direitos democráticos da classe trabalhadora e da juventude do Brasil.

Mas o governo de Lula tentou manter a estabilidade, inclusive com a ajuda da burocracia sindical. Os sindicatos têm tentado, por vários meios, manter a classe trabalhadora fora das ruas.

Os sindicatos procuram dividir e suprimir a classe trabalhadora. Seu papel consiste em ganhar tempo para o governo capitalista, de modo que ele possa preparar tanto medidas repressivas retaliatórias quanto pequenas esmolas que não ajudarão a resolver a situação de crise.

A classe trabalhadora e a juventude do Brasil devem recorrer às lições de sua própria história de sucessos e derrotas na luta de classe dos trabalhadores. É importante voltar à história do movimento operário do início do século XX, à ditadura militar de 1964 e ao movimento operário dos anos 1980 que levou à queda da ditadura militar. Finalmente, é necessário assimilar as consequências da globalização para as lutas internacionais da classe trabalhadora.

Um verdadeiro movimento revolucionário da classe trabalhadora e da juventude brasileira contra a guerra, o imperialismo e todo o sistema capitalista só é possível com base nas lições da história, na compreensão da natureza do regime atual e do papel reacionário dos sindicatos.

Apoiamos este evento como um passo para a construção de um partido revolucionário da classe trabalhadora brasileira. Um partido que defenderá a posição independente da classe trabalhadora e atuará em solidariedade com a classe trabalhadora em todo o mundo através do Comitê Internacional da Quarta Internacional.

Saudações revolucionárias,

Comitê Central da Jovem Guarda dos Bolchevique-Leninistas

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