Publicado originalmente em 30 de agosto de 2023
Com o vencimento dos contratos de 170 mil trabalhadores do setor automotivo nos EUA e no Canadá, é preciso fazer um alerta urgente: o que está sendo preparado não é um contrato, é uma sentença de morte a centenas de milhares de empregos do setor automotivo na América do Norte e milhões em todo o mundo. Para resistir, os trabalhadores devem ter todas as informações para traçar uma estratégia de defesa dos empregos e dos padrões de vida.
A maioria dos trabalhadores já ouviu falar da transição para veículos elétricos, mas poucos compreendem suas implicações. A burocracia do UAW fala vagamente sobre uma “transição justa”, mas está escondendo de seus membros a dura realidade: essa transição do setor, que acontece uma vez ao longo de um século, ameaça eliminar metade ou mais da metade de todos os empregos do setor automotivo nos EUA nos próximos cinco a dez anos, de acordo com relatórios do setor e pesquisas de especialistas.
As empresas já listaram fábricas que serão fechadas, e muitos trabalhadores já têm um alvo nas costas, mesmo sem saber disso.
Em uma entrevista na montadora de Louisville, em Kentucky, em 28 de agosto, o presidente do UAW, Shawn Fain, admitiu que há muitas fábricas em que “não sabemos o que está programado para elas”. Muitas fábricas “têm um futuro inseguro e instável”, ele disse, mas, ao ser questionado sobre planos para assegurar os empregos no futuro, não respondeu nada além de dizer que “garantiremos isso na negociação”.
Os trabalhadores do setor automotivo, desde as três maiores montadoras até as fornecedoras de peças, querem saber: quais fábricas estão previstas para fechar? Já foi tomada alguma decisão para eliminar meu emprego?
Os trabalhadores precisam compreender os fatos com o objetivo de se preparar para a luta pelo futuro do setor automotivo global.
A transformação que está por vir no setor automotivo
Até 2040, prevê-se que mais da metade da produção automotiva global seja de veículos elétricos. As vendas mundiais de veículos elétricos quase quadruplicaram em apenas dois anos, de 3 milhões em 2020 para mais de 10 milhões em 2022. A previsão da Agência Internacional de Energia é que as vendas globais mais do que tripliquem até 2030, para mais de 35 milhões. Estima-se que as vendas anuais de veículos elétricos nos EUA aumentem de 300 mil em 2020 para 1,7 milhão por ano até 2023.
Se as corporações tomarem o caminho que desejam, essa mudança ocorrerá às custas dos trabalhadores que produzem carros e veículos com motor de combustão interna (ICE, na sigla em inglês – Internal Combustion Engine). Como os veículos elétricos exigem muito menos tempo de mão de obra do que os veículos ICE, a gerência corporativa planeja realizar essa transição cortando centenas de milhares de empregos nos EUA e no Canadá e milhões de empregos em todo o mundo.
O ex-CEO da Ford, Jim Hackett, disse em 2017 que “os veículos elétricos vão permitir que as fábricas de automóveis tenham uma área de montagem final com metade do tamanho, exigindo metade do investimento de capital e 30% menos horas de trabalho por carro”. O atual CEO, Jim Farley, disse no início deste ano: “Temos pessoas demais em alguns setores, sem dúvida alguma”.
De acordo com a Reuters, “o principal representante sindical da Volkswagen, Bernd Osterloh, disse que os powertrains dos carros elétricos têm apenas um sexto dos componentes em comparação às variantes de motor a combustão”. Citando Osterloh, a Reuters escreveu: “Uma fábrica de baterias requer apenas um quinto da força de trabalho quando comparada a uma fábrica de motores”.
De acordo com um relatório de 2021 da Associação Europeia de Fornecedores Automotivos, 500 mil trabalhadores do setor automotivo perderão seus empregos até 2040, somente na Europa, incluindo 121 mil na Alemanha, 74 mil na Itália, 72 mil na Espanha e 56 mil na Romênia. Um outro grupo de consultoria, o Ifo Institute for Economic Research, estimou a perda de 215 mil empregos na Alemanha até 2030, o que representa 40% dos trabalhadores do setor automotivo do país. A empresa analítica Arthur D. Little prevê que 84 mil trabalhadores japoneses serão demitidos até 2050, e um alto funcionário do sindicato da empresa sul-coreana Hyundai prevê que 70% de todos os trabalhadores da indústria automotiva do país perderão seus empregos em breve.
O impacto nos EUA será devastador. Brett Smith, diretor de tecnologia do Center for Automotive Research, com sede nos EUA, disse: “O setor está passando por uma transição diferente de tudo o que já vimos. É muito provável que haja menos pessoas construindo esses carros, menos pessoas construindo as peças para esses carros, e isso trará desafios em algumas comunidades automotivas.”
“Menos” é um eufemismo. Uma quantidade massiva de trabalhadores da indústria automotiva dos EUA, independentemente de trabalharem nas “Três Grandes” ou serem membros do UAW, correm o risco de perder seus empregos no futuro imediato.
As previsões variam de ruins a piores. Um estudo “otimista” do Economic Policy Institute afirmou que, só nos EUA, 75 mil empregos na indústria automotiva podem ser cortados nos próximos sete anos, incluindo 33 mil empregos no setor de montagem e 41 mil empregos no setor de peças.
Mas, se a produção de veículos elétricos exige 30% menos horas de trabalho e se a construção de uma bateria requer apenas 20% do número de trabalhadores necessários para construir um motor, então os cortes de empregos nos EUA provavelmente estarão mais próximos de 500 mil nos próximos anos. Em qualquer caso, as demissões em massa levarão a uma corrida para o fundo do poço na busca por empregos nas fábricas de veículos elétricos. O aumento do desemprego pressionará os salários para baixo, não apenas no setor automotivo, mas em toda a economia, o que é exatamente o objetivo da classe dominante americana.
Além disso, os ataques aos empregos serão combinados com cortes brutais nos custos trabalhistas, já que as Três Grandes buscam competir com os fabricantes de veículos elétricos mais novos nos EUA, como a Tesla, onde os salários e os benefícios são muito mais baixos.
Por que os trabalhadores não foram alertados?
O UAW sabe há anos que isso está acontecendo e agora esconde dos trabalhadores a urgência da ameaça aos seus empregos e meios de subsistência.
A diretora de pesquisa do UAW, Jennifer Kelly, foi direta em 2018: “Os trabalhadores que estão fabricando motores e transmissões hoje terão seus empregos eliminados quando fizermos a transição para os veículos elétricos. Estamos diante de uma perda líquida de empregos considerável, só nessa transição tecnológica.”
De acordo com os relatórios de 2020 do UAW sobre veículos elétricos, os trabalhadores das fábricas de motores e de transmissão serão os primeiros a serem cortados. “A mudança para o powertrain de VE (veículo elétrico) também representa um desafio para o emprego dos trabalhadores que atualmente fabricam motores, transmissões, sistemas de exaustão e sistemas de combustível de ICE”, afirma o relatório, acrescentando: “Uma desmontagem de um Chevy Bolt encomendada pelo UBS constatou que o powertrain de VE tinha mais de 80% menos peças móveis do que um powertrain de ICE comparável, e a tecnologia e o design aprimorados permitirão uma integração maior do powertrain de VE, possibilitando um número ainda menor de peças.”
Se é esse o caso, por que a burocracia do UAW permitiu que as empresas fechassem fábricas como a fábrica de motores Romeo, em Michigan, e a montadora Belvidere, em Illinois?
A burocracia do UAW deixou claro que não lutará contra o fechamento de fábricas. Durante décadas, a burocracia concordou com o fechamento de fábrica após fábrica, e agora há mais fechamentos no setor.
O jornal Automotive News explica que, embora os trabalhadores de montagem e motores corram maior risco de perder seus empregos, aqueles que produzem as diversas peças essenciais também serão demitidos. “Os veículos elétricos são movidos por eixos eletrônicos, que consistem em motores, inversores e outros componentes” explicou a publicação. “Como os eixos eletrônicos têm menos peças que os motores, o aumento dos VEs minimizará a importância das pirâmides da indústria automobilística e reduzirá a barreira à entrada de recém-chegados de outros setores.”
O CEO da Bosch disse em 2021 que a transição para os veículos elétricos pode significar que nove entre dez trabalhadores que fabricam determinadas peças perderão seus empregos em todo o mundo. De acordo com a agência de notícias de negócio japonesa Nikkei, “enquanto são necessárias dez pessoas para fazer uma unidade de injeção de combustível para um motor, é necessária uma única pessoa para produzir um motor, disse Volkmar Denner, CEO da fornecedora automotiva alemã Robert Bosch. A Volkswagen e a Daimler reduzirão a equipe das fábricas como parte de sua adoção de veículos elétricos.”
A realidade é que nenhum operário do setor automotivo está a salvo das rodadas de demissão que estão no horizonte nos próximos meses e anos.
Concorrência global e o nivelamento por baixo
Do ponto de vista do establishment político, a transição para os veículos elétricos é necessária para aumentar os lucros das empresas norte-americanas e superar suas concorrentes na Europa, no Japão, na Coreia do Sul e, principalmente, na China.
O Financial Times alertou, em 28 de agosto, que os fabricantes chineses de bateria para veículo elétrico “saíram à frente dos rivais da Coreia do Sul e do Japão, deixando os EUA e a Europa com a reflexão de como estimular um setor de carros elétricos sem depender da China para a peça mais importante e cara do quebra-cabeça”.
Esse esforço para minar seus concorrentes globais e manter seus enormes lucros leva as empresas automobilísticas dos EUA a intensificar drasticamente a exploração dos trabalhadores.
Segundo uma reportagem de julho da Bloomberg, no contrato deste ano, “a Ford buscará, dentro de seu investimento planejado de US$ 50 bilhões, uma margem de manobra para aumentar a produção de veículos elétricos em 15 vezes, chegando a dois milhões de modelos por ano até o final de 2026. A empresa quer ter a capacidade de transferir os trabalhadores para as fábricas que constroem os modelos mais procurados, sejam eles movidos a eletricidade ou a combustão interna tradicional, segundo fontes da Ford que pediram anonimato para falar sobre assuntos internos. O atual contrato com o sindicato restringe a capacidade da Ford de flexibilizar a produção, disseram.”
Isso significa que as Três Grandes não têm intenção de acabar com o sistema de níveis ou com o emprego temporário. Em vez disso, elas estão tentando transformar todo o setor automotivo em uma força de trabalho flexível, semelhante à da Uber, com pouca ou nenhuma segurança no emprego, sujeita a transferências de uma cidade para outra e de uma fábrica para outra, de acordo com o que render mais dinheiro para a empresa.
Preparativos para a guerra
O governo dos EUA apoiou as corporações nesse rebaixamento das condições e as incentivou com bilhões em empréstimos e subsídios. Por exemplo, o governo Biden emprestou US$ 9,2 bilhões à Ford para construir fábricas de baterias com a SK On, uma empresa sul-coreana, no Sul.
O governo Biden elogiou seu papel na “aceleração da transição para veículos elétricos”, aprovando uma legislação para que dois terços dos carros nacionais sejam elétricos até 2040 e dando dinheiro a empresas que produzem lítio e outros minerais essenciais necessários para veículos elétricos e microchips. Em outubro de 2022, Biden chamou a transição de “extremamente importante” porque “no momento, 75% da fabricação de baterias é feita na China”. Biden acusou a China de “reduzir a produção dos EUA com seus subsídios e práticas comerciais injustas” e de se apoderar de “uma parte significativa do mercado (de baterias)”.
O esforço de construir uma linha de suprimentos para veículos elétricos doméstica, assim como o esforço de garantir acesso a minerais essenciais à produção de microchips e semicondutores, é considerado pelo governo dos EUA como uma questão militar, de modo que não dependa da China para manter uma base industrial e produzir equipamentos militares. A Lei de Autorização de Defesa Nacional de 2021 aprovada pelo Congresso tinha como objetivo minar o domínio da China sobre metais de terras raras, microchips e produção de VEs.
Sob o capitalismo, o impulso da classe dominante para dominar os mercados mundiais e subjugar seus concorrentes leva inevitavelmente à guerra imperialista. Os preparativos para a guerra contra a China estão tão avançados dentro do aparato de inteligência militar que o general de quatro estrelas da Força Aérea Michael Minihan disse, em um memorando de janeiro de 2023, acreditar que os EUA estariam envolvidos em uma guerra em grande escala com a China até 2025. Essa guerra entre potências com armas nucleares provavelmente significaria o fim da civilização humana.
O papel e o objetivo da burocracia do UAW
A burocracia do UAW está abordando essa conjuntura crítica não do ponto de vista de como defender os empregos dos trabalhadores, mas de como defender seus próprios privilégios, que derivam das contribuições financeiras dos trabalhadores e do relacionamento confortável com a gerência. O UAW tem mais de US$ 1,1 bilhão em ativos que usa como um fundo particular para pagar salários de seis dígitos a centenas de burocratas.
O UAW afirma desejar que a transição para os veículos elétricos seja uma “transição justa”, mas isso não é possível sob o capitalismo, que defende o “direito” das empresas privadas de fechar fábricas, transferir a produção e empobrecer os trabalhadores.
Fain não contesta esse suposto direito, e a nova diretoria do UAW não fez nada para contestar o fechamento da fábrica de Belvidere. Como escreveu a emissora de rádio WJBD, de Illinois, em abril, “Questionado se para o sindicato o fechamento da fábrica de Belvidere era uma linha vermelha que provocaria uma greve, Fain disse que não queria falar sobre os planos do sindicato”.
O UAW, no entanto, está interessado em acessar as contribuições financeiras dos trabalhadores e, em muitos casos, as empresas estão dispostas a trazer o aparato do UAW para ajudar a disciplinar a força de trabalho. Por exemplo, a empresa de baterias de veículos elétricos The Metals Company assinou um acordo de neutralidade com o UAW em setembro de 2022, uma medida que o UAW observou que “reforçaria a cadeia de suprimentos de minerais essenciais e... estabeleceria as bases para a produção sustentável de baterias de carros elétricos, ao mesmo tempo em que criaria um caminho para mais empregos sindicalizados de qualidade nos Estados Unidos”.
A burocracia do UAW também concordou em excluir do contrato nacional as fábricas de baterias da joint venture das Três Grandes, em troca de um acordo temporário na fábrica da Ultium Cells em Lordstown, Ohio. O “acordo provisório” do UAW com a joint venture GM-LG Energy aceitou salários de miséria que ficam muito aquém da remuneração da fábrica de montagem de Lordstown, que empregava 4,5 mil trabalhadores antes de ser fechada em 2019.
Esses movimentos são incentivados pelo governo Biden, que também vê as burocracias sindicais como necessárias para evitar greves e aumentar a produtividade. Em 28 de agosto, o Departamento do Tesouro emitiu um relatório que “descreve como uma política de fortalecimento dos sindicatos” poderia “apoiar um crescimento econômico mais amplo” e levar ao “aumento da produtividade”, ao mesmo tempo em que contemplaria “a sensação generalizada de deterioração” das condições de vida entre amplos setores da população.
Para o interesse de quem será realizada a transição ao VE?
Conclusões decisivas decorrem dessa realidade. As bases estão diante de um massacre de empregos que, se for permitido, arrasará cidades e vilas inteiras.
As corporações e o governo Biden estão trabalhando juntos para aumentar os lucros às custas dos trabalhadores, ao mesmo tempo a burocracia do UAW não está negociando com as empresas em nome dos trabalhadores, mas sim para garantir seus próprios interesses parasitários e assegurar novas fontes de dinheiro para as contribuições.
Os republicanos que se opõem à mudança para EV, incluindo Trump e figuras próximas ao conselheiro fascista de Trump, Stephen Miller, se opõem à transição não por causa de seu impacto negativo sobre os trabalhadores, mas porque se opõem a qualquer restrição ao “direito” das corporações de lucrar e explorar a força de trabalho. Esses agentes das corporações minimizam a importância da mudança climática, que teve um impacto devastador sobre a classe trabalhadora e ameaça o mundo com eventos climáticos extremos e desastres para os quais as comunidades da classe trabalhadora não estão preparadas.
Trump e outros políticos republicanos – defensores implacáveis do sistema de lucro – não têm absolutamente nenhuma preocupação com os empregos e o bem-estar dos trabalhadores. Ao invés disso, eles estão tentando capturar a raiva generalizada da classe trabalhadora pelos cortes de empregos e desviá-la para uma direção nacionalista e de direita.
Não pode haver uma “transição justa” para os veículos elétricos sob o capitalismo. O que é necessário é que o setor automotivo seja retirado das mãos das corporações e colocado sob propriedade pública e controle democrático dos trabalhadores. Os trabalhadores devem dirigir o setor automotivo sem os executivos e acionistas, para garantir que a produção global de veículos seja organizada para atender as necessidades humanas, não para gerar lucro privado. Isso requer a unidade internacional dos trabalhadores do setor automotivo em todo o mundo, que enfrentam os mesmos inimigos nas empresas automotivas transnacionais.
Todas as questões de vida ou morte que os trabalhadores estão enfrentando – a ameaça de desemprego em massa, as terríveis condições de trabalho, os danos irreversíveis ao clima, a guerra mundial – são o produto da crise global do sistema capitalista. Nenhuma delas pode ser resolvida em nível nacional ou sem combater de frente a riqueza e os privilégios da classe dominante. Isso exige que os trabalhadores adotem uma estratégia socialista e internacionalista.
A transição para os VEs não pode ser feita às custas dos trabalhadores. A propriedade social da indústria automotiva e seu controle democrático pelos trabalhadores são necessários para que essa transição seja realizada por meio de uma melhoria maciça das condições de trabalho e dos padrões de vida dos trabalhadores em todo o mundo.
Sob o capitalismo, os avanços em inteligência artificial, robótica e outras tecnologias que economizam mão de obra são usados para jogar os trabalhadores na fila do desemprego. No entanto, se forem controlados pelos trabalhadores e direcionados de acordo com seus interesses, os avanços na capacidade produtiva da humanidade podem ser usados para diminuir o desgaste físico dos trabalhadores, reduzir a semana de trabalho e garantir um alto padrão de vida para todos.
Aliança Operária Internacional de Comitês de Base exige:
- Divulgação imediata da lista das fábricas planejadas para fechar!
- Nenhum emprego a menos e nenhum fechamento de fábrica na transição para veículos elétricos!
- Se o veículo elétrico exige menos tempo de trabalho para produção, então que reduzam as horas e aumentem os salários!
- União além das fronteiras para impedir um nivelamento por baixo!
- Colocar a indústria automotiva sob propriedade social e sob controle democrático dos trabalhadores!
Os trabalhadores devem se organizar em cada fábrica para lutar por essas demandas. Formar comitês de base e instruir seus colegas de trabalho sobre o significado da transição para veículos elétricos e a razão para que ela se realize no interesse da classe trabalhadora, não dos CEOs, acionistas e burocratas ricos do UAW.