Publicado originalmente em inglês em 14 de março de 2025

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Desde o seu retorno à Casa Branca, há sete semanas, Donald Trump e a seu governo de bilionários têm trabalhado sem parar para erradicar os direitos democráticos e transformar os Estados Unidos num Estado policial.

O repúdio aberto aos direitos garantidos pela Constituição – incluindo a liberdade de expressão, a proteção contra buscas e apreensões ilegais, a inviolabilidade da cidadania por direito de nascença e até mesmo o direito ao habeas corpus (a segurança contra a detenção arbitrária e ilegal pelo Estado) – não está apenas ameaçado. Isso está realmente acontecendo.

Trump está cumprindo sua promessa de governar como um “ditador desde o primeiro dia”. Todas as salvaguardas constitucionais existentes contra uma ditadura estão sendo ignoradas. Sob a cobertura de ordens executivas ilegais, Trump está efetivamente governando por decreto. Sob suas ordens, o estudante da Universidade de Columbia, Mahmoud Khalil – que possui um green card – foi apreendido e desapareceu porque se envolveu publicamente em um protesto legal contra o genocídio em Gaza.

Após a prisão, Trump se gabou de que Khalil é apenas a “primeira de muitas” vítimas. Ninguém está a salvo.

A violação dos direitos democráticos faz parte de um ataque mais amplo aos empregos, aos padrões de vida e aos direitos sociais da classe trabalhadora. Trump e Musk estão demitindo centenas de milhares de funcionários federais e desmantelando sistematicamente os programas sociais do New Deal e da Great Society. Eles têm como alvo programas sociais essenciais, como a Previdência Social, o Medicare e o Medicaid, e estão tentando destruir a educação pública.

O terceiro componente da ditadura de Trump – inseparavelmente ligado ao repúdio à Constituição e ao empobrecimento da classe trabalhadora – são os preparativos para a guerra. Trump não esconde a sua implacável agenda imperialista.

Ele proclamou a sua intenção de tomar o Canal do Panamá e a Groenlândia. Os planos de Trump de anexar o Canadá têm como modelo a incorporação da Áustria e da Tchecoslováquia por Hitler em 1938 pela Alemanha nazista.

Além disso, a imposição de tarifas maciças por Trump contra vários países é uma forma de guerra econômica que inevitavelmente se transformará em conflito militar.

As políticas de Trump não são uma aberração de curto prazo, que será seguida por um retorno à normalidade. Na verdade, o fascismo está surgindo como o novo normal, crescendo como um tumor maligno e em metástase a partir da crise do capitalismo americano e mundial.

A virada para o fascismo – a ditadura em sua forma mais brutal – é o resultado político inevitável da concentração de níveis surpreendentes de riqueza em uma oligarquia que consiste em algumas centenas de megamilionários e bilionários. Trump e Musk são apenas as personificações grotescas de uma oligarquia dominante verdadeiramente criminosa.

Embora mais desenvolvido nos Estados Unidos, o colapso da democracia sob o peso do governo oligárquico que impõe a desigualdade social maciça é uma tendência universal do capitalismo global.

É necessário dispensar as ilusões e confrontar a realidade. É preciso reconhecer certas verdades básicas sobre a situação política atual.

Primeiro, o fascismo não é apenas uma ameaça. A criação de uma ditadura fascista é a agenda de trabalho atual do governo Trump.

Em segundo lugar, é fútil e ilusório esperar que o Partido Democrata organize a oposição a Trump. Longe de se opor a ele, o partido está colaborando com Trump. Independentemente de suas declarações verbais de oposição, o Partido Democrata, que é financiado e subserviente aos mesmos oligarcas e dedicado à defesa do capitalismo, compartilha grande parte da agenda de Trump.

Em terceiro lugar, a resistência real e poderosa a Trump virá da classe trabalhadora. As centenas de milhões de trabalhadores não se submeterão silenciosa e passivamente à imposição de um Estado policial por Trump. As grandes tradições democráticas incorporadas na história dos Estados Unidos ainda vivem na consciência da classe trabalhadora. A defesa de Jefferson do direito de se revoltar contra a opressão e a afirmação de Lincoln de um governo do povo, para o povo e pelo povo não foram esquecidas. Esses princípios democráticos devem ser revividos e atualizados com uma perspectiva socialista. A luta contra Trump e a oligarquia capitalista só pode ser travada com sucesso como uma luta pelo socialismo. Além disso, essa luta deve ser travada conscientemente como uma luta internacional, unindo a classe trabalhadora em escala global.

Nessa luta, o World Socialist Web Site – a voz do Partido Socialista – é uma arma essencial. É a ponta de lança política do movimento de massa emergente da classe trabalhadora, da juventude e de todos aqueles que estão realmente comprometidos com a defesa intransigente dos direitos democráticos.

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