Leon Trotsky (1879-1940) foi, ao lado de Vladimir Lenin, o maior líder revolucionário do século XX.
Trotsky e Lenin lideraram o Partido Bolchevique e a classe trabalhadora russa na Revolução de 1917, que estabeleceu o primeiro Estado operário da história da humanidade. Em 1923, Trotsky fundou a Oposição de Esquerda para se opor ao crescimento de uma burocracia nacionalista, encabeçada por Joseph Stalin, que usurpou o poder na União Soviética. Em 1933, após a chegada dos nazistas ao poder na Alemanha, facilitada pelas desastrosas políticas da Comintern às quais Trotsky se opôs, Trotsky conclamou à fundação da Quarta Internacional, para levar adiante a luta pelo marxismo contra a degeneração stalinista da União Soviética e da Terceira Internacional.
Dois anos após a fundação da Quarta Internacional em 1938, Trotsky foi assassinado pelas mãos de um agente stalinista, Ramon Mercader, em Coyoacan, México. Seu assassinato foi a tentativa mais consciente do stalinismo e do imperialismo mundial de decapitar a direção da classe trabalhadora internacional em meio ao banho de sangue da Segunda Guerra Mundial.
A Quarta Internacional fundada por Trotsky é hoje liderada pelo Comitê Internacional, que publica o World Socialist Web Site. O CIQI vem defendendo o programa e os princípios do verdadeiro trotskismo desde 1953.
Uma apreciação, por ocasião do octogésimo aniversário do assassinato de Trotsky, da obra do grande teórico e estrategista da Revolução Socialista Mundial ao longo do último ano da sua vida. fe.
A dissolução da União Soviética em 1991 viu o surgimento do que o CIQI descreveu como 'A Escola Pós-Soviética de Falsificação Histórica.' Seu principal objetivo foi desacreditar Leon Trotsky como uma figura histórica significativa, negar que Trotsky tenha representado uma alternativa ao Stalinismo, ou que seu legado político contenha qualquer relevância para o presente e valor para o futuro.
Essa palestra foi apresentada diante de uma audiência de 450 pessoas por ocasião da publicação da edição em Alemão da obra 'A Revolução Russa e Século XX Inacabado.'
Essa palestra sobre a biografia de Trotsky escrita por Robert Service foi apresentada por David North, presidente do Conselho Editorial Internacional do WSWS, na Universidade de Oxford em 5 de maio.
A Netflix está apresentando à sua audiência mundial a série originalmente produzida pelo Estado russo em 2017, que exibe um antissemitismo virulento.
Estamos publicando a palestra proferida por David North, presidente do Conselho Editorial Internacional do World Socialist Web Site, na Universidade de Leipzig em 16 de março. North é autor de Em Defesa de Leon Trotsky, uma defesa da verdade histórica e do legado de Trotsky contra as falsificações presentes na biografia de Trotsky escrita por Robert Service.
A perspectiva que guiou o Partido Bolchevique à tomada do poder em outubro de 1917 estava baseada na Teoria da Revolução Permanente, elaborada por Trotsky onze anos antes, em 1906. Trotsky havia submetido a experiência da derrota da Revolução Russa de 1905 a uma rigorosa análise marxista.
A Teoria da Revolução Permanente insiste no papel político independente e de liderança da classe trabalhadora na realização das tarefas democráticas nas revoluções em países de desenvolvimento capitalista tardio e oprimidos pelo imperialismo, como a unificação nacional e a libertação da opressão colonial, latifundiária e de castas. Além disso, insiste na inseparabilidade histórica entre essas tarefas e a luta pelo socialismo internacional.
A palestra a seguir foi proferida por David North, o Secretário Nacional do Partido Socialista pela Igualdade nos EUA, em 3 de fevereiro de 1993 em Montreal. O evento celebrou a vida e as contribuições políticas de Keerthi Balasuriya, o líder por muitos anos da seção no Sri Lanka do Comitê Internacional da Quarta Internacional (então chamada de Liga Comunista Revolucionária). O camarada Balasuriya morreu tragicamente de um infarto em dezembro de 1987, aos trinta e nove anos de idade.
As questões teóricas essenciais que vieram à tona na luta relacionada a essas duas perspectivas opostas não foram apenas defendidas por Trotsky contra a burocracia stalinista na segunda metade dos anos 1920, mas ressurgiram como objeto de repetidas disputas no interior da própria Quarta Internacional.
O texto a seguir é a transcrição de uma palestra proferida em 21 de janeiro de 2001 por David North, o presidente do Conselho Editorial Internacional do World Socialist Web Site e Secretário Nacional do Partido Socialista pela Igualdade dos EUA, para uma escola internacional organizada em Sydney pelo Partido Socialista pela Igualdade da Austrália.
Escrito como um apêndice à biografia que Trotsky projetava sobre Lenin, e incluído em sua biografia inconclusa de Stalin, este trabalho contrasta as perspectivas da Revolução Russa defendidas por Plekhanov, Lenin e Trotsky. Nela, ele expõe a posição menchevique ('as relações sociais na Rússia estão prontas apenas para a revolução burguesa'); a teoria pré-1917 de Lenin sobre 'a ditadura democrática do proletariado e do campesinato' (que Lenin descartou quando ele escreveu suas Teses de Abril em 1917); e sua própria teoria da revolução permanente, 'o pecado original do trotskismo.' Ele também reconstrói a postura de Stalin em relação aos debates enquanto eles se desenvolviam, e mostra como a teoria do 'socialismo em um só país' foi uma reação burocrática contra a Revolução de Outubro.
A publicação de Testemunhas da Revolução Permanente: o Registro Documental é um evento de enorme importância no estudo dos fundamentos teóricos da Revolução de Outubro de 1917. Os documentos apresentados neste volume considerável (677 páginas) - compilados, traduzidos e introduzidos pelos historiadores Richard B. Day e Daniel Gaido - oferecem um exame abrangente das controvérsias e polêmicas das quais a teoria da revolução permanente emergiu.
Em outubro de 1917, em meio à carnificina da Primeira Guerra Mundial, a classe trabalhadora russa, liderada pelo Partido Bolchevique sob a liderança de Vladmir Lenin e Leon Trotsky, derrubou o governo provisório capitalista encabeçado por Alexander Kerensky, e estabeleceu o primeiro Estado Operário na história mundial. Menos de nove meses antes, a Rússia estava sendo governada por uma dinastia monárquica encabeçada pelo Czar Nicolas II. A revolução foi o início do fim da guerra imperialista.
A Revolução Russa marcou um novo estágio na história mundial. A derrubada do Governo Provisório capitalista provou que uma alternativa ao capitalismo não era um sonho utópico, mas uma possibilidade real que poderia ser alcançada através da luta política consciente da classe trabalhadora.
Trotsky e seus apoiadores formaram a Oposição de Esquerda em outubro de 1923. Seu objetivo era reformar o Partido Comunista e a Internacional Comunista de acordo com a perspectiva do internacionalismo socialista, contra a burocracia conservadora e nacionalista que estava surgindo, encabeçada por Joseph Stalin.
O conflito que emergiu entre Stalin e Trotsky opunha programas políticos irreconciliáveis. A consolidação do poder por Stalin, e pela ditadura burocrática que ele personificava, não era inevitável. Ela se desenvolveu das condições de um Estado Operário isolado e economicamente atrasado em razão do atraso da revolução europeia e internacional.
Em sua crítica ao stalinismo, Trotsky desenvolveu uma teoria da revolução socialista mundial que se provou incomparavelmente mais presciente do que as manobras nacionalistas pragmáticas dos burocratas stalinistas.
A estratégia principista de realizar a reforma do Partido Comunista russo e da Internacional Comunista havia guiado a Oposição de Esquerda Internacional desde sua fundaÇão em 1923. Mas a chegada dos nazistas ao poder na Alemanha em 1933, facilitada pelas políticas desastrosas de Stalin, exigiram uma reconsideração dessa política.
Nos meses que se seguiram à vitória de Hitler, Trotsky aguardou para ver se alguma crítica das políticas adotadas por Stalin emergiriam de algum dos partidos da Internacional Comunista. Em 7 de abril de 1933, a Internacional Comunista endossou inequivocamente as políticas do Partido Comunista Alemão. Trotsky concluiu que um novo rumo era necessário. Em uma declaração datada de 15 de julho de 1933, ele convocou uma ruptura com a Internacional Comunista e a construção de uma nova Internacional. Todo o restante de sua vida foi dedicado a essa luta.
Nesse discurso gravado de 1938, Trotsky aborda a fundação do Partido Socialista dos Trabalhadores (SWP), a seção da Quarta Internacional nos EUA, e fala sobre o décimo aniversário da fundação do movimento trotskista nos Estados Unidos, a partir da fundação da Liga Comunista da América, em 1928.
Esse é o documento de fundação da Quarta Internacional, publicado em setembro de 1938. Examinando as lições históricas da traição da classe trabalhadora tanto pela Segunda quanto pela Terceira internacionais, Trotsky expõe os princípios sobre os quais construir uma nova liderança proletária para as lutas contra o imperialismo mundial e o stalinismo.
A assinatura do Pacto Stalin-Hitler em agosto de 1939 e a subsequente irrupção da Segunda Guerra Mundial levou a uma crise política no interior do Partido Socialista dos Trabalhadores nos EUA. Uma fração política liderada por Max Shachtman, James Burnham e Martin Abern argumentava que a União Soviética não poderia mais ser designada como um Estado Operário. Partindo dessa mudança em sua definição da natureza de classe do Estado soviético - o qual Burnham agora caracterizava como 'coletivista burocrático' - eles declaravam que a Quarta Internacional não deveria convocar à defesa da URSS no caso de uma guerra.
Trotsky respondeu que a caracterização do regime stalinista como 'coletivista burocrático' - uma forma nova e sem precedente de sociedade baseada na exploração, não prevista pelo marxismo - tinha implicações políticas e históricas de amplo alcance. Em questão, em última análise, estava a viabilidade histórica do próprio projeto marxista.
Nos últimos meses de sua vida, Trotsky contribuiu com diversos documentos para a luta no interior do SWP, que estão entre os mais brilhantes e prescientes de sua obra. Em abril de 1940, a fração de Burnham e Shachtman rompeu com a Quarta Internacional.
Com o início da Segunda Guerra Mundial em setembro de 1939, depois da assinatura do Pacto Hitler-Stalin, uma seção do Partido Socialista dos Trabalhadores, liderada por Max Shachtman e pelo professor da Universidade de Nova York James Burnham, capitulou à pressão da opinião pública democrática, rejeitando a defesa da União Soviética com a justificativa de que ela não poderia mais ser considerada um Estado Operário. Este livro documenta a intervenção nessa luta política, que foi de importância fundamental para a Quarta Internacional.
O assassinato de Trotsky está entre os crimes mais influentes politicamente de todo o século XX, com amplas implicações para a classe trabalhadora internacional e o movimento socialista mundial. E, mesmo assim, por décadas, as circunstâncias que cercavam o assassinato permaneceram envoltos por segredos. A enorme dimensão da conspiração stalinista contra Trotsky foi objeto de um acobertamento cuidadosamente orquestrado.
Em 1975, o Comitê Internacional da Quarta Internacional lançou a primeira investigação sistemática do movimento trotskista sobre o assassinato. Essa investigação, conhecida como Segurança e a Quarta Internacional, levou à revelação da rede de agentes da GPU no interior da Quarta Internacional que garantiu o sucesso da conspiração de Stalin contra a vida de Trotsky.