Este artigo foi publicado originalmente no Twitterem 6 de março de 2023
Há 70 anos, em 5 de março de 1953, Joseph Stalin morreu aos 73 anos de idade. Se as piores derrotas da classe trabalhadora no século XX podem ser atribuídas aos crimes e traições de um indivíduo, essa pessoa é Stalin.
Já em 1927, Trotsky descreveu Stalin como o “coveiro da revolução”. Isso provou ser verdade, no sentido mais literal da palavra.
Stalin é lembrado na história como um assassino em massa, que ordenou a morte dos líderes do Partido Bolchevique e de centenas de milhares de socialistas que haviam lutado pela vitória da Revolução de Outubro, pela criação da URSS e pela vitória do socialismo mundial.
Mas Stalin, o indivíduo, foi uma pessoa medíocre. Sua ascensão ao poder esteve inteiramente ligada à degeneração burocrática do Partido Bolchevique. O stalinismo foi, em essência, o resultado da usurpação do poder político da classe trabalhadora por parte da burocracia.
A burocracia escolheu Stalin como seu líder porque ele possuía as características pessoais e políticas necessárias para defender seus interesses e privilégios, ou seja, brutalidade, luxúria pelo poder pessoal, pragmatismo vulgar e perspectiva nacionalista.
Esse último elemento de sua visão política foi de importância decisiva. A base programática do stalinismo foi a “teoria” antimarxista do “socialismo em um só país”, que foi apresentada pela primeira vez por Stalin em dezembro de 1924.
Essa revisão nacionalista do marxismo justificou o abandono do programa da revolução socialista mundial e a subordinação das lutas da classe trabalhadora internacional aos interesses nacionais da burocracia soviética.
Essa foi a base teórica e política do ataque stalinista a Trotsky, da denúncia da teoria da revolução permanente e da traição da classe trabalhadora pela burocracia soviética.
O regime stalinista havia se tornado, em 1933, uma força contrarrevolucionária. A vitória dos nazistas de Hitler na Alemanha - uma catástrofe política pela qual Stalin e o stalinismo foram responsáveis - levou Trotsky a fazer o chamado para a construção da Quarta Internacional.
A análise de Trotsky sobre o papel contrarrevolucionário do stalinismo - fundamentada em seu grande livro A Revolução Traída - tem sido confirmada pela história. Trotsky advertiu que o regime stalinista, a menos que fosse derrubado pela classe trabalhadora, resultaria na restauração capitalista na URSS.
Os herdeiros políticos de Stalin - ou seja, os burocratas escolhidos para substituir os bolcheviques que ele havia assassinado - continuaram e completaram o processo de traição política. A União Soviética foi dissolvida em 1991, apenas 38 anos após a morte de Stalin.
Trotsky previu: “As leis da história são mais poderosas que o aparato burocrático”. O edifício do stalinismo é um amontoado de ruínas. Mas com a aproximação do centenário da fundação do movimento trotskista, a Quarta Internacional está crescendo em todo o mundo.